quinta-feira, 29 de abril de 2010

a não-correspondência chata

Primeiro, uma pergunta:
Porque (na maioria das vezes) a gente simplesmente não consegue retribuir o sentimento que o outro tem por nós?

Eu queria possuir uma facilidade maior pra retribuir o carinho dos outros. Mas é uma pena que essa correspondência nunca vem na hora que eu preciso dela. Quando uma pessoa gosta de mim, eu não consigo gostar dessa pessoa na mesma intensidade (eu sempre acabo gostando de menos). E principalmente: quando eu me apaixono perdidamente por alguém, a pessoa não se interessa por mim, e o escritor idiota aqui fica deprimido.
Porque será que é tão difícil corresponder esses sentimentos? Tem quem diga que é porque "a gente ainda não achou a pessoa certa" (mas quem diabos seria essa pessoa?!), tem quem poderia afirmar que "tem gente que nasce com o bumbum virado pra lua em relação ao amor" (o amor é realmente questão de sorte?!), e também tem quem ache que "a gente simplesmente não ama ninguém" (eu amo tá?! só não achei quem me ame ame de volta). Em que acreditar?
Bem, eu simplesmente acredito que a correspondência afetiva é um botãozinho que fica dentro do nosso coração e que é constantemente vigiado por uma velha solitária e amarga chamada não-correspondência. Ela nunca deixa a gente chegar perto desse botão e ser felizes. Parece até uma conspiração pra que a gente termine como ela: sozinhos e amargurados.
Eu só queria que isso fosse mais fácil de lidar. Sempre alguém sai machucado, e geralmente acaba sendo a gente. (A não-correspondência faz aula de karatê, por isso que o coração fica com hematomas.) Eu preciso aprender a enxergar quando alguém sente algo mais por mim, aprender a não gostar de pessoas que não estão interessadas (principalmente se for muito óbvio o não-interesse), e é claro que eu não posso esquecer das aulas de karatê (pra botar a não-correspondência pra correr).


P.S.: Meu coração é bandido e favorece essa velha chata.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

a espera preguiçosa

Uma coisa que deveria ficar bem clara antes do texto começar:

Esperar é uma porcaria.

Um esclarecimento:

Esse texto não tem a intenção de ser uma indireta.


No último texto, eu disse o quão assustadoramente o tempo tá passando depressa, dessa vez, eu vou falar-lhes sobre como o tempo passa devagar quando a gente tem que esperar por alguma coisa.
Por mais rápido que os dias passem, e por menos que a gente lembre deles, um verbo tem o poder de acabar com essa impressão: esperar. Porque será que parece que o tempo pára quando nós temos que esperar?
Ter que esperar a irmã se arrumar pra poder sair, ter que esperar o professor dar a tão aguardada nota, ter que esperar a resposta de alguém... Não importa se no final a gente consiga o que estava esperando; a espera, além de chata, é uma coisinha traiçoeira que fica só esperando a gente chegar perto pra ela nos agarrar e prender a gente no seu abraço por um longo período.
"Você tem que esperar, tem que ser forte" é o que eles dizem, mas porque parece ser tão difícil? Porque a gente simplesmente não pode ter o que quer, na hora que quer? As pessoas se esforçam, e geralmente conseguem lidar com isso. Eu não. Eu deveria aprender a fazer isso, eu sei que no final eu vou conseguir algo bom.

"Eu só queria uma coisa agora,
uma pequena palavra,
um pequeno gesto.
Ia fazer toda diferença.
Porque é tão difícil?"

(Samara Ubiratânia)

terça-feira, 20 de abril de 2010

O tempo voador

É incrivel a rapidez com que o tempo tem passado ultimamente. Eu me lembro como se fosse ontem que a semana demorava meses pra passar, e quando as horas pareciam levar dias pra dar a volta no relógio. Tudo está passando tão rápido que nem dá pra sentir o gosto de cada dia, tudo o que dá pra fazer é misturar o pouquinho do gosto de cada um e misturar eles todos, colocar na boca e sentir o arco-íris de sabores.
Se o tempo voasse mais devagar eu provavelmente iria ficar maluco (sim, mas do que eu já sou), não dá pra passar por isso e manter a consciência, é insano; e é claro, ele também cairia, porque o seu peso é um pouquinho maior do que ele provavelmente desejaria.
As asas do tempo devem ser enormes pra aguentar todo esse peso, tantos anos, tantas coisas passadas, é tanto bafafá que nem dá pra lembrar. Por falar em lembrar, o que foi mesmo que eu comi no café da manhã de ontem? Eu não sei. (O.o) Tá tudo tão depressa que tudo o que eu consigo me lembrar é o que eu falei 5 minutos atrás naquela conversa do msn. Não dá pra lembrar das coisas se o tempo está voando tão rápido.
Eu gostaria de poder saber o motivo do porquê de toda essa rapidez. Quem vai saber?! O tempo quer voar rápido, deixa ele voar, deixa que ele sinta tudo como um borrão, talvez aí ele perceba a tremenda burrada dele, e volte a voar mais devagar, mas não devagar demais. Voar, mas na medida certa pra que dê pra saborear o gostinho daqueles dias legais.

"Tudo vai acabar como esta tarde,
fria, escura, sozinha, e triste.
E é como se eu não ligasse

ou ignorasse tudo que se passa;
parece que meu tempo voa e que
esqueço do que vivo, e para que
vivo.
A felidade tem um caminho e

centenas de voltas, e eu não entendo
o que faço sozinho, num mundo de
estranhos."
(Paulo Macêdo)

domingo, 18 de abril de 2010

começo interessante

Sempre me disseram que os começos eram chatos, e que não tinham todo aquele brilho do final, mas eu nunca levei muito a sério. Sabe porquê? Bem, pra início de conversa, o começo sempre deixa aquele gostinho de interesse na boca, aquele gosto doce, que por muitas vezes é o que faz a gente seguir pro meio; o começo também mantém acordados os sonhos, que é o principal incentivo pra gente chegar no final.
É, eu prefiro o começo onde me é permitido sonhar com um final feliz (ou não), eu prefiro o começo onde eu sou livre pra imaginar como vai ser o meio, se ele vai ser divertido ou não, se eu vou conhecer gente legal ou se eu vou cruzar com um chato que vai me azucrinar pelo resto da vida.
A única parte mais ou menos difícil do começo é justamente começar, por muitas vezes eu fico só na idéia, sempre pensando no que o meio me reserva, e acabo esquecendo de me mexer. É o meu defeito. Mas quem disse que as pessoas são perfeitas? A imperfeição é melhor. O começo também é...